13 de jul. de 2010

Pantanal

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De 1864 a 1870, o Pantanal foi palco do mais cruento conflito da América do Sul: a Guerra do Paraguai. Os atores deste embate, de um lado a Tríplice Aliança formada por Uruguai, Argentina e Brasil, mais o apoio britânico, e do outro, o Paraguai. Liderados por Solano Lopez, os paraguaios invadiram o Mato Grosso, conquistando cidades de Corumbá a Cáceres, provocando o êxodo dos fazendeiros e da população urbana para Cuiabá. Apesar da ofensiva paraguaia, o poderio da Tríplice Aliança com os reforços do capital inglês, foi vitorioso. Pouco sobrou das cidades e fazendas pantaneiras. O gado que sobreviveu estava disperso e selvagem. Após a guerra, ao mesmo tempo que os antigos povoadores retornavam de Cuiabá, houve um grande afluxo de capital estrangeiro, uma redivisão das imensas propriedades rurais e a reabertura da navegação fluvial do rio Paraguai até o estuário do Prata, entre Buenos Aires e Montevidéu.
Como resultado da guerra e da derrota do Paraguai, o Brasil ampliou seu território na região, incorporando cerca de 47000km² de terras que pertenciam ao Paraguai, uma área superior à de países como a Suíça ou a Dinamarca. Uma parte dessa área conquistada integra o chamado Pantanal mato-grossense.
As primeiras atividades em moldes industriais no Pantanal estavam relacionadas à pecuária. Em meados do século XIX instala-se na Fazenda Descalvados, às margens do rio Paraguai, em Cáceres, MT, uma fábrica de extrato e caldo de carne, utilizando-se, inclusive, a mão-de-obra indígena. Na Fazenda Barranco Vermelho, também em Cáceres e às margens do rio Paraguai, existiu um curtume e uma fábrica de beneficiamento de chifres para a fabricação de guampas. Apesar de ser uma área onde predominavam os latifúndios voltados ora para a pecuária, ora para a cana-de-açúcar, existiam espaços ocupados por pequenas comunidades camponesas, quilombolas e indígenas, as quais podiam ali desenvolver a lavoura, a caça e a pesca artesanal, além da fabricação da rapadura e da farinha.

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